O que restou, foi um nunca.

•junho 7, 2015 • Deixe um comentário

E assim foi. Rápida quanto o vento a pôde carregar. Todas as dúvidas que ela trouxe ao meu canto, ela solucionou e simplesmente decidiu.

Decidiu pela segurança que vai levar à uma pseudo-felicidade, que vai lhe tirar de um eterno sofrimento e levar uma vida de tesouros.

Mal sabe que ela já carrega alguns tesouros, e que estava mais perto da felicidade completa – mesmo que não a desejasse. Bastava um salto de fé, uma vontade interna de se jogar do penhasco para que o vento lhe garantisse vôos mais altos.

Mal sabe ela que o que faltou foi em pequenas doses. E que o companheirismo lhe garantiria o restante. Então ela decidiu à pratica perante à coragem.

Mas me trouxe um alento e alguns aprendizados, junto com toda tristeza que deixou neste ninho de tranquilidade que eu buscava. Não há que se culpar pela atitude, mas há que se lamentar pelos motivos de escolha.

Foi intenso, foi honesto e foi verdadeiro enquanto aconteceu. Foi estarrecedoramente magnífico saber que havia ainda em mim essa disponibilidade. Foram poucas companhias durante esses anos de vôo, e talvez tenha sido o aprendizado mais adulto que tive.

E assim como foi intenso, a distância agora tem que ser grande. Sobrará o carinho em detrimento da amizade, para que daqui a algum tempo a lembrança seja a melhor possível. E nem isso foi escolha minha.

Divergência boa no caminho

•maio 1, 2015 • Deixe um comentário

Meus vôos têm sido demorados e sem destino. Tem sido cansativo saber que apesar do rumo, não há chegada. Nunca consegui sequer imaginar um ponto de divergência que me leve para algum lugar melhor.

Mas em algum momento, o Universo resolveu olhar para este bondoso, velho e cansado Albatroz – que sempre procurou a felicidade – e recompensá-lo com uma virada no seu presente.

Finalmente em um vôo alto e turbulento consegui me desvencilhar destas correntes de vento e alcançar o clima ameno e limpo que eu sempre procurei.

Para melhorar e fazer parte de toda essa mudança, eu a encontrei tão mais rápido do que imaginava. A verdade é que ela foi, mas não para longe. O mesmo gostinho de quero mais que me invadiu, se apoderou dela.

Não poderia ser mais mágico e confortante. E nosso reencontro foi tudo o que ficávamos imaginando que seria, com uma promessa velada de que lutaremos para manter essa tão buscada felicidade.

Como sempre, vou deixar vocês que me acompanham com alguns serás. Imaginem, torçam, queiram – não mais do que eu quero, acreditem.

Esse velho e cansado Albatroz precisa de um pouco dessa felicidade para continuar seus vôos.

Acalento

•abril 9, 2015 • Deixe um comentário

Já se vão ao longo dois anos sem notícias minhas. Sem muitas coisas diferentes confesso, e também sem vontade de compartilhar experiências iguais às que tenho vindo deixar aqui por todos estes anos.

Minha busca enfim chegou a um final não tão ideal quanto ao que eu poderia imaginar. E o que lhe findou foi uma nova experiência.

Parece estranho mas minhas andanças por aí têm se mostrado totalmente ligadas ao passado. Não que eu planeje ou mesmo queira, mas ele acaba sempre aparecendo de uma maneira ou de outra para me mostrar alguma coisa.

Foi um encontro curto. Uma aproximação rápida e um pouso suave ao meu lado. O flêrte mútuo me causou estranheza, pois já há algum tempo eu não me dispunha a fazer esse tipo de coisa. Mas o acalento que me trazia era tão grande que somente me fazia querer mais.

Parecíamos dois jovens que tinham um objetivo em comum. Exercitamos algumas coisas que poderíamos falar, mas não tudo. Tomei para mim liberdades que ainda não se viam disponíveis. E assim fui levado a uma verdade que desde o início não consegui enxergar: a de que ela partiria assim como havia chegado.

E foi assim: com um enorme carinho ela partiu me deixando saudades e um gostinho de querer mais. Certo que voltarei a vê-la, seja nos céus ou em terra. Isso me deixa com um sentimento bem próximo à felicidade.

E assim continuo minha incessante busca.

Te encontrar

•dezembro 2, 2013 • Deixe um comentário

O destino as vezes parece querer brincar com a gente nas mais variadas e imprevisíveis situações. Sem falar nos momentos em que o Universo conspira para que isso aconteça.

Ele já me pregou peças imensas, já me trouxe do esquecimento quem eu tentava esquecer – como que se me informasse não adiantar nada tomar uma atitude drástica sem consulta-lo, como um pai ou uma mãe faz com uma criança que insiste em fazer o contrário do que lhe dizem.

Vejo esses momentos de uma maneira muito particular, e sempre jogo ao acaso e às probabilidades reais de acontecer comigo algumas coisas.

Há questão de alguns dias atrás, novamente fui surpreendido. Por estar em um lugar que eu não havia planejado estar ao menos nos últimos três meses, por chegar extremamente cedo a este lugar, por agir de uma maneira que o verdadeiro eu nunca agiria.

A verdade é que obstáculos colossais que normalmente se colocariam à frente deste objetivo alcançado (vamos chamar assim), por um milagre cósmico se desalinharam e me permitiram estar em uma situação totalmente diferente do que normalmente eu vivo.

Recordei-me de uns anos atrás, quando extasiado por todo esse conjunto de descoincidências pude vivenciar esse algo diferente, por mais curto tivesse sido o tempo e o contato.

Dessa vez foi diferente. Também não foi forçado, foi algo completamente natural, um encontro de almas, despretencioso, tolo, até um pouco tímido, mas cheio de energias boas.

Dessa vez será diferente. Porque eu sei que foi sincero, honesto e muito bonito. Foi com todas essas características um começo. E onde quer que você vá, eu vou te encontrar. Pra dar uma chance a essa grandiosidade, a esse encontro, a esses momentos.

Eu vou te encontrar!

Tempestade

•julho 29, 2013 • Deixe um comentário

A pancada veio de onde eu menos esperava.
Já havia pousado naquele terreno plano que um dia imaginei que o destino me trouxesse. Vislumbrei a vista, pedi licença aos donos e fui chegando. A alegria de poder estar por ali não era menor que o tamanho da responsabilidade de fazer parte de um bando novamente. E eu que sempre fui só, comecei a vislumbrar um lado do qual desconheci a vida inteira.
E como uma forma de me incluir, fui aceitando cada cessão de espaço, cada responsabilidade nova que me era trazida como forma de pagamento pela minha tardia aceitação.
E assim fomos seguindo, cuidando daquele espaço pequeno – porém gigantesco em meu pensamento e coração. Não havia qualquer tempo ruim que desmoronasse aquilo que eu estava construindo devagarinho, passo a passo, com o maior cuidado do mundo, como me tinha sido permitido fazer.
Mas chegou o tempo ruim, e com ele a tempestade. Devastadora. Aniquiladora. E assim ela ceifou toda a minha alegria e vontade de estar entre aquele bando novamente. Me sobraram alguns pedaços de rocha nos quais pude ajeitar meu teto e me proteger, me sobrou uma reserva de alimento. Mas me foi tirada a alegria de ali estar, de confiar, de sorrir.
Hoje me sinto preso a uma situação, e esse preço é o que tenho de pagar para alforriar a minha honestidade. O único planejamento hoje é o de quitar essa dívida o mais rapidamente possível e voar pra bem longe. Voar pra um lugar onde fui feliz com facilidade, onde minha honestidade não precisava ser testada, mas era sim admirada por todos os que me rodeavam ou tinham um mínimo de convivência comigo.
A única certeza hoje é que vou voar novamente. Nesse lugar não quero estar mais. Meu coração não suporta mais tanta tempestade.

Dessa vez, quem vai – não sou eu…

•junho 29, 2012 • Deixe um comentário

Hoje eu tenho que parar tudo que estou fazendo. Impressionante esse ritmo louco em que estou, já havia me esquecido de como deixar a rotina me levar nesse ônibus lotado de obrigações. Mas ‘consegui’ voltar a esse ritmo ao custo de muitas coisas boas que aconteceram e acontecem em minha vida.
Não serve pra justificar, mas hoje é um dia diferente. Assim como eu fui pra longe nessa minha segunda jornada – da qual voltei – hoje uma das pessoas mais especiais que eu tive o prazer de encontrar nessa vida vai fazer uma viagem para bem longe.
A sua segurança em contar-me dos planos a alguns meses me dava um incômodo egoísta do qual eu venho tentando me livrar desde então.
Quero-a muito bem, e ela me prometeu que assim fosse para sempre em sua vida.Feliz.
Posso sentir no seu coração distante que é uma decisão para seu conforto e felicidade. Por isso – se eu um dia tiver esse poder – abençôo esta viagem da qual minha atual falta de liberdade não permite acompanhar.
Que você vá, minha querida. E que você sinta essa felicidade esquentar tanto quanto o clima do lugar que escolheu. Que os bons ventos de lá te façam ficar, mas que soprem frequentemente em nossas direções.
E se algum dia, qualquer coisa ameaçar a sua felicidade, conte com quem está lá em cima – de asas abertas – olhando e acompanhando você.

O Andante

•outubro 10, 2011 • Deixe um comentário

Nestas minhas ultimas andanças – se posso colocar dessa maneira – pude desenvolver uma grande amizade. Há muito que não conhecia o poder de uma amizade verdadeira e desinteressada. Por falta de uma, ganhei três destas. Mas agora conto um pouco a respeito de um andante.

Não há melhor maneira de descrevê-lo, acredite. Desde o início me impressionou a alegria serena de seu olhar, o jeito desinteressado e ao mesmo tempo impressionado com semelhantes que recém ia conhecendo, criando com todos um sentimento de grande carinho e conquistando sem exceções aos que dele puderam absorver tão boa energia.

Nasceu completamente com a casa em suas costas. O que lhe prende por um tempo em determinado lugar é a sua missão. Esta foi uma lição que desenvolvi muito observando-o.

Sabia exatamente a maneira de caminhar por este mundo que é nosso, distinguia com enorme facilidade a necessidade de seu coração de estar aqui ou ali, abraçava a todos com a maior facilidade do mundo, celebrava a vida como poucos que tive a oportunidade de conhecer.

E assim continuará fazendo. Com um espírito enorme de bondade, paz e luz. Com um sentimento de comunhão para com o próximo absolutamente fantástico, com um absoluto desprendimento de matéria, que se transformou em outra lição para mim.

E hoje ele faz a viagem que pude fazer no início desta jornada que você tem a oportunidade de ler e conhecer. Vai experimentar o ar gelado do sul, vivenciar a natureza fantástica, vai passar pelos desfiladeiros que sobrevoei, vai ser feliz como fui.

O que sobra além de uma boa saudade, é o desejo que ele sorria sempre. Pois não conheço andante melhor para esta missão.

Em outro tempo quiçá, encontraremo-nos novamente. Para trocarmos experiências de vida, para rirmos, para sentirmos aquela ótima energia que pudemos vivenciar neste curto período que se tornou este primeiro encontro. E para trocarmos mais uma vez, experiências dos caminhos que traçamos.

Caminhos Separados

•outubro 10, 2011 • Deixe um comentário

Só o amor pode trafegar entre o bem e o mal. Pode – e acaba sendo só ele – o grande responsável por um ato de alegria e um de profunda tristeza.
Quando esquecemos que este sentimento é o básico das relações entre nós, esquecemos de tratar a quem merece da maneira correta, e consequentemente esquecemos de nos tratar da maneira que merecemos.
Renunciar a isso é uma opção nem tanto óbvia, mas invariavelmente alguns acabam escolhendo o caminho mais curto para a decepção e a tristeza, mesmo que isso reflita em outros que sabem a tortuosidade deste caminho.
Por mais que se possa tentar influenciar, aconselhar, guiar, é impossível mandar no outro.
E o que resta é uma tristeza grande, que incomoda pelo simples fato de presenciar tamanha falta de visão, tamanho erro, e tão pouco aprendizado.
Mas resta também um desejo – o mais humano possível – que o aprendizado chegue da melhor maneira e que o arrependimento não lhe seja tão doído quanto deve transparecer.
Quem sabe em um futuro distante, não possamos enfim alçar aquele vôo que desejamos profundamente em nossos corações enquanto eu te conhecia e te reconhecia como companhia perfeita?
Por enquanto me resta torcer para que possas acordar deste pesadelo que ainda entendes como sonho, para encarar as dificuldades da vida de maneira real, como todos nós.

Outra Vida em Minha Vida

•abril 15, 2011 • 1 Comentário

Pousado estou em um ponto próximo àquele que foi ninho durante anos. Passou um pouco da incompreensão que vi anteriormente. Uma saudade chata ainda persistia, misturada com uma esperança vaga de um reencontro.

O silêncio do outro lado me invadia e as penas de minhas asas, rebeldemente imaginavam um novo longo vôo pela frente.

Eis que neste ponto onde estou, aparece uma criatura magníficamente interessante – assim por princípio direi. Se aproxima, traz-me atenção e gradativamente vai me mostrando um carinho tão inimaginável quanto inesquecível.

Como um prêmio por uma vida regrada e honesta, chega e toma conta de qualquer sentimento tolo e quase já esquecido que aquela saudade me trazia. Faz me querer viajar pra não tão longe a fim de remover dos pensamentos algo que deveria ter sido e não foi. Faz-me querer bem a mim mesmo, e desejar que o tempo passe rapidamente para ter sua companhia em minha volta mais uma vez.

Faz e traz um sentimento de uma relação saudável, carinhosa e prazerosa. Inunda esse coração já tão rodado e sofrido de esperança que finalmente o tão aguardado presente de felicidade plena e duradoura chegou pra ficar.

E isso me faz tornar um albatroz menos individualista e mais companheiro, mais presente e interessado nessa outra vida, curiosa, interessante, linda e mágica que está prestes a voar junto comigo o mais duradouro dos vôos.

Caminhos Tortuosos

•janeiro 30, 2011 • 1 Comentário

Mais um sobrevôo por aquela pradaria que resolvi chamar de lar por um tempo. Mantém me perto dos que me acolhem com seu calor fraternal, mantém me longe de idéias que me levem a mais uma viagem longa e talvez mais definitiva.

Embora esse singelo gesto de covardia e teimosia me impeça de levantar vôo longo, a esperança de que a situação que tanto torço que mude finalmente me consagre o sucesso esperado.

Por muito tempo pensei ser alguém incapaz de dar a devida importância a certos seres, embora poucos destes tenham me trazido um sentimento de família tão forte e intenso como cada uma das que eu torci para reverter certa situação.

É uma mistura do certo pelo justo, do óbvio pelo ilógico, da esperança pela quase conquista, e infelizmente pela tristeza, frustração e superação de sentimentos enormes que me invadem o ser.

Apesar de tudo isso, vejo com enorme felicidade ter passado por cada uma destas, aprendido com todas elas, e superado de uma maneira que meu crescimento é completamente justificável e proporcionalmente superior ao que um dia eu fui.

É incrível – neste sobrevôo – como posso enxergar pessoas desviando de caminhos mais óbvios e lógicos e entrando em estradas sinuosas tendo a crença baseada em uma esperança fútil de chegar em um lugar que não é nem de perto o mais seguro. É certo que já conheci muita gente corajosa nestas andanças, mas é tão claro quanto temerário ver sem nada poder fazer a respeito.

Se soubessem como a felicidade é algo simples e fácil de conseguir, talvez utilizassem um caminho mais curto, seguro e óbvio para alcançá-la.

Enquanto observador o que posso fazer é pouco. Observar, torcendo pela iluminação destas que precisam superar obstáculos tortuosos os quais elas mesmas escolhem como destino.

A velha viagem, A nova viagem…

•setembro 12, 2010 • 1 Comentário
Este tem sido um ano atípico. Apesar de muitas certezas e muitas coisas às quais já tinha um encontro marcado, ocorreram milhares de outras que me surpreenderam por todos estes dias.

Definitivamente não segui o planejado, não tomei o caminho mais fácil, não atingi o objetivo maior que me prometi a quase um ano atrás.
Por outro lado, este objetivo está cada vez mais forte em minha cabeça e em meu coração, e apesar dos descaminhos, tenho certeza que o atingirei em um futuro bem próximo.
Já cheguei daquela última viagem, já me meti em outra. Esta última para consertar meus desatinos, para reencontrar o caminho, para enfim recomeçar de novo.
Não é só a vida que me pede este recomeço. As situações, os sentimentos e a necessidade de enfim fazer o que de mim é esperado.
Hoje mais do que nunca, quem me encaminha para o sucesso, para o aprendizado infinito e para uma vida de alegria e felicidade é aquela que já está por perto a quase dois anos.
Me despertaste a vontade de enfim voar junto, não interessando para onde. Senão por mim, farei por nós, pois a companhia é a melhor possível, o carinho é o maior possível, e o querer – este enfim – é irresistivel.

Três Anjos

•junho 19, 2010 • 3 Comentários

Alguns anos atrás conheci um anjo. Foi um dia inesquecível, ou melhor uma noite. Um vôo noturno, descompromissado, que desviou meu rumo de uma maneira inexplicável (ou não).
Ao pousar à beira de um precipício – como constantemente fazia – fui surpreendido por uma compania inesperada. Lembro-me que chamaste minha atenção de uma maneira que qualquer paisagem imediatamente perderia o interesse.
Interessante foi muito pouco para definí-la. Uma voz cativante, um sorriso lindo e um olhar misterioso.
Foi nesse olhar que me ative. Abençoado, absorvia de sua experiência, e retribuía com um carinho muito grande. Afinal, como disse aquele pequeno garoto uma vez “És responsável por aquele que cativas”, o que tornou minha responsabilidade maior ainda.
Por muito tempo conversamos, por um tempo enorme nos afastamos. Idiossincrasias à parte, posso dizer que quem quer que tivesse um plano para nós dois, nos deu uma segunda chance.
Uma segunda chance para o aprendizado, para o conselho, para simplesmente gostar incondicionalmente de alguém que a muito tempo atrás sequer eu conhecia.
Hoje a encontrei novamente. E concebi que esta pessoa vai dar um passo que eu sempre quis que ela desse. E o outro passo, ela já me surpreendeu e superou um obstáculo.
Hoje ela é mãe em tempo integral, e ao final do dia será esposa em tempo integral. Para viver aquilo tudo que – mal sabe ela – eu decifrei em seus misteriosos olhos no dia em que a conheci. Afinal, eu já sabia do plano que se havia para ela.
Enfim hoje, ela pode sorrir para o céu – como sorriu pra mim aquela noite a alguns anos – e agradecer a toda felicidade que vive, e que está por viver.
E do alto, planando sob a luz de uma lua crescente, estou assistindo à tudo emocionado.
E – se me for permitido abençoar um anjo – que eu possa abençoar três.

Carinho

•janeiro 29, 2010 • 2 Comentários

A próxima viagem nem é tão longa como outrora, nem tão distante. Embora iminente, falarei dela quando chegar, e lhes darei perfeita descrição de como é. Ficarei por um não-sei-quanto-tempo, única certeza é que o ninho materno será ali.

Porém estou vivendo um dia depois do outro. Caso contrário, a fina penugem que me cobre a cabeça já sequer existiria…

Nos meus devaneios pré-viagem – e capitaneado pela minha amiga Loba (sempre ela) – comecei a devanear sobre as formas de carinho e seus significados.

Mas o que é carinho afinal? Que manifestação é essa que – ao menos pra mim – tem importância absurda? Porque gostamos tanto do “take care”? E porque em nossa vida diária damos tão pouca importância (que paradoxo, não?) a isso? E mais importante: como transformarmos nossas vidas para que o ‘menos importante’ resgate seu verdadeiro valor?

Bom, sei que pra mim é valoroso. E muito. E poucos momentos como esse, onde você chega em um lugar e independente de quem seja e a quanto tempo você conheça, você recebe esse carinho, pra mim não tem preço…

Vou deixar esse devaneio para vocês. Tragam a mim seus pensamentos a respeito de “carinho”, para que eu possa absorver um pouco de seus sentimentos e experiências.

Quero agradecer a essa amiga tão especial, que hoje caminha de cabeça erguida, corpo ereto e um sorriso contagiante, pelo carinho demonstrado em nossa última conversa.

E pode deixar que eu volto. O quanto antes.

Calm River

•dezembro 20, 2009 • Deixe um comentário

Nos pastos alaranjados pelo frio inverno vejo minha vida passada.
Céu azul, sol quase se pondo.
Dão à tela que se forma em minha imaginação um aspecto saudosista.

Sinto o vento cortar-me por entre as asas, mesmo assim arrisco uma curva alargada para um lado, para o outro. Ganho em meu campo de visão as montanhas que cortam esse pequeno vale margeado por um rio calmo e enfim ganho altitude, para poder contemplar ao fundo as montanhas semi cobertas por uma neve densa.

É a natureza pintando mais um quadro de perfeição para nós admirarmos – penso.

Tento me recordar como fui parar ali, se estou sonhando ou mesmo se estou desejando estar ali. Olho pra trás novamente e faço a grande descoberta: aquele ninho que tanto desejei hoje ficou no passado.

Ficam os amigos que estiveram tão perto nestes meus sobrevôos, peregrinações, períodos de descanso. Estes sim fazem a história que eu poderei contar lá na frente.

Mas por mais que seja divertido conviver, às vezes para um albatroz acostumado à solidão o tempo só é também importante.

Lá vou eu me reinventar novamente. É mais um ciclo chegando ao fim, dessa vez de uma viagem que nunca aconteceu.

Para este próximo passo, só uma certeza: o ninho não será o mesmo destes últimos anos. O “tudo novo” me traz aquele friozinho na barriga de outrora, que eu encarei e superei. E vou superar novamente para que em futuro breve possa passar o nobre vôo a quem será de direito.

Repensar

•novembro 23, 2009 • Deixe um comentário

Eis que me encontro neste meu refúgio destes tantos anos. Esta outra vida que eu mantenho para mim, quase um ninho, quase uma lagoa. Cheia de vida. Lugar este que já me trouxe tantos encontros, tantos sustos, tanta alegria e tanta paz de espírito. Hoje me encontro aqui. E foi mais um dia perfeito.

Olho pra trás e vejo todos os momentos em que aqui estive. Todas as situações, todos os amigos presentes, os que se foram, os que me permitiram ir um dia em minha viagem de outrora. Lugar de semelhantes tão especiais, lugar de encontrar sempre alguém especial. Seria absolutamente o lugar onde escondo um pouco do meu melhor. Aqui eu me re-analiso, me re-invento.

E como não poderia deixar de ser, lugar onde a mais fixa das idéias dá lugar a uma transformação total no meu rol de decisões. Se estamos sempre buscando um caminho, este caminho eu busco já há muito tempo. Fui buscá-lo longe por cansar de buscá-lo perto. E o longe, que me trouxe para o perto, me traz agora um novo caminho, que talvez vá de encontro a um ambiente que eu nunca quis abraçar. Mas que de uma hora pra outra, parece ser o caminho mais correto – e não o mais fácil – que me leve adiante.

Se as respostas às perguntas que tenho feito nesses últimos anos me trouxeram até aqui, significa que talvez ‘repensar’ seja o verbo desta hora.